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26/03/2020 - 14h45Presos fabricam máscaras de proteçãoA iniciativa, da Comarca de Rio Pomba, ainda está em fase piloto

Presos em Rio Pomba confeccionam máscaras faciais Vêm das mãos alguns cuidados para a prevenção ao coronavírus. Muitos diriam que eles se resumem em lavar as mãos e passar álcool gel. Mas há uma outra iniciativa que está sendo desenvolvida pelas mãos de pessoas que, inclusive, já estão em confinamento há muito tempo — há mais tempo que o próprio surgimento da doença. Trata-se da confecção de máscaras faciais pelos presos de Rio Pomba. O projeto ainda está em fase piloto. Os presos estão criando um modelo, e a ideia é que a população carcerária, os agentes penitenciários e talvez até a população local possam ter um pouco mais de proteção, já que o item está em falta na cidade. E essa ideia, assim como a produção da máscara, veio em conjunto. Primeiro, da juíza da Vara Única da comarca, Luciana de Oliveira Torres, e do diretor do presídio local, Pablo Carangola Garcia. E na sequência, de ações de solidariedade e conhecimento. "É um serviço útil, e não estamos restringindo direitos: os presos do regime semiaberto podem continuar trabalhando. A verba para a compra do material veio das penas pecuniárias destinadas ao presídio", conta a juíza. O diretor do presídio disse que, por enquanto, a máscara confeccionada pelos presos é um paliativo que pode se tornar uma solução. "Ainda estamos aperfeiçoando o modelo e buscando mais conhecimentos. Nesse momento estamos trabalhando na forma. Estamos buscando informações e parceria para ver a questão da esterilização das máscaras. Não temos certeza da eficácia plena da usabilidade e aplicabilidade, mas a proteção, mesmo que não seja 100%, é melhor que nada", afirmou Pablo Garcia. E pensando na coletividade defendeu: "Dessa forma, diminuímos a possibilidade de os agentes penitenciários eventualmente contaminarem os presos, e também é uma forma de se protegerem". A juíza complementou: "Os presos já estão confinados, em isolamento. O risco maior é de os agentes transmitirem o vírus. A questão é proteger a todos". A solidariedade veio do dono de uma confecção na cidade. Com o negócio parado, sensibilizou-se com a causa e emprestou uma de suas máquinas. Então foi preciso o conhecimento em costura naquele modelo específico de máquina para o início da confecção. E o conhecimento veio de um preso, que trabalhava com a mãe e usava exatamente a mesma máquina. "Ele precisou de um tempo para se adaptar novamente e poder ensinar aos outros", disse o diretor. A juíza e o diretor estão abertos a orientações dos profissionais de saúde para melhor desenvolverem o projeto. O diretor acredita que, caso seja necessário esterilizar as peças em autoclave, ele poderá conseguir apoio de uma unidade de saúde local. E finalizou: "Acredito que possamos avançar".  
26/03/2020 (00:00)
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